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Demitiu-se a subdirectora do Instituto dos Museus

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Graça Filipe, subdirectora do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), demitiu-se das suas funções cerca de um ano após ter sido nomeada. A decisão foi conhecida no dia 16 em circular interna do instituto e confirmada ao PÚBLICO pela própria, que invocou “razões pessoais” para a saída, efectiva a partir de Março.
O secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, assinou o pedido a 17, escrevendo em despacho que aceitava “o pedido de cessação da comissão de serviço”.
O PÚBLICO apurou que, tendo em conta o actual contexto de contenção orçamental, não haverá qualquer nomeação para o cargo deixado vago por Graça Filipe. Os pelouros atribuídos à ainda subdirectora serão divididos pelo director, João Brigola, e pelo subdirector, Filipe Mascarenhas Serra.
Graça Filipe declinou comentar se a demissão se ficou a dever aos constrangimentos motivados pelos cortes orçamentais e à decisão de passar para as autarquias e direcções regionais de cultura a gestão de um terço dos museus tutelados pelo IMC, tal como sugeriram fontes do sector.
Raquel Henriques da Silva, historiadora e académica, ex-directora do Instituto Português de Museus (1997-2002), lamenta a demissão de Graça Filipe. “Era e é uma profissional dos museus, uma mulher muito dedicada e que aceitou o cargo com espírito de missão”, disse ao PÚBLICO, acrescentando: “Como mantém todas essas qualidades, duvido de que as razões sejam do foro pessoal”.
Os contactos constantes com o meio, fruto da sua actividade, revelam, diz Henriques da Silva, “um grande mal-estar na maior parte dos museus”, na sequência “do corte brutal no IMC” imposto pelo Orçamento do Estado. “Há uma falta assustadora de meios e um fracasso total das medidas centralizadoras”, acusa.
A 3 de Fevereiro, João Brigola revelou ao Diário de Notícias que a transferência da gestão de um terço dos museus tutelados pelo IMC será uma realidade até final do mandato, tendo por objectivo o “emagrecimento” e “optimização” de uma estrutura “com mais de mil funcionários” e que engloba “29 museus, cinco palácios e 11 serviços centrais”.
Na mesma altura, o director do IMC negou que a medida pudesse ser vista como uma desresponsabilização perante os museus que deixará de tutelar, acentuando que se manterá na sua esfera a gestão, conservação e restauro das colecções. “O que poderá mudar é a programação das actividades anuais e a forma como é gerido o orçamento”, disse.

A partir de Março, Graça Filipe regressará à direcção do Ecomuseu Municipal do Seixal, de que foi directora durante 20 anos

Público, 19/02/2011

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